Sinopse
Como Adélia Prado, Elisabeth Vieira ou Lúcia Soares Moura – às quais, entretanto, não paga tributo – Martha faz da miudeza anônima e da fugacidade do efêmero a matéria prima de seus versos, cristalizando-a a partir de uma experiência pessoal. Ao esquivar-se para melhor desvelar-se, o sensualismo lúdico de Martha, embora em silêncio e recato, alastra incêndios de subterrânea e inesperada cupidez. Na verdade, sua lânguida e ambígua passividade de fêmea oferta é, não tanto um convite, mas uma ordem. Ainda assim, é sempre a discrição que lhe caracteriza essa telúrica prática do despojamento.