Sinopse
Caminhos que remontam ao íntimo da poesia se desvelam nos versos contidos neste pequeno opúsculo. Fazer da palavra seu ofício é o passo primeiro de todo escritor, entretanto, a maestria de lidar com a palavra, os fonemas, a sintaxe, o ritmo, as sinestesias, aliterações e imagens é algo que poucos conseguem. Dono de uma dicção peculiar e altamente sonora, Lucivaldo Ferreira convoca, em seus poemas, os leitores de poesia à celebração da palavra. Expressado no todo, o conjunto de poemas exige do leitor uma transposição do espaço simples do encadeamento narrativo para a promoção das diversas rupturas que o verso, enquanto totalizador da produção, significa. Alterada pelo tempo, pelo espaço da folha, pelo conteúdo e/ou pelo processo construtivo, a poesia ressuscitada aqui sai de seu estado de sujidade do significado e retorna a um local anterior, em que a palavra jaz num estado puro, prenhe de conteúdo. É por este espaço de fugacidade que o poeta nos convida a viajar, exigindo nosso despojamento em favor de um silencioso frêmito que erija um esquivo ponto de vista significativo, mesmo que fugazmente.