HOMOS PERTUBATUS

Trajano é milionário, sábio e entediado. Para dar um objetivo à sua vida vazia, ocorre-lhe concretizar projeto inédito, impensável e de resultado imprevisível: ele quer provar que e a Família e a Sociedade geram seres automatizados, como se fabricados em série, apenas bonecos a serviço do Sistema. A fim de colocar o plano em prática, ele separa casal de gêmeos recém-nascido. Um deles é adotado por uma família de classe média, na qual o menino terá infância e adolescência normais. O outro é mantido em cárcere privado por Trajano. O homem o alfabetiza e o obriga a ler milhares de livros. A intenção é formar um cidadão totalmente diferente da maioria esculpida pelo Sistema. Na data em que o prisioneiro completa 18 anos, Trajano o liberta no centro da cidade de São Paulo. É quando tem início a saga do rapaz que desconhecia a vida em sociedade, cujo caráter é formado por valores éticos e morais moldados na teoria dos livros e nos ensinamentos do professor-carcereiro. Na mesma época, o irmão gêmeo também se vê sozinho para abrir caminho na vida, com base em propósitos diversos. Ele foi educado e criado nos moldes tradicionais. A trajetória de aventuras e vicissitudes dos gêmeos, permeada pela história de Trajano e coadjuvada por diversos personagens secundários – todos com seus problemas, mistérios, erros e acertos – forma um painel da sociedade brasileira contemporânea, embora as questões discutidas no romance sejam universais. Acontecimentos e fatos aparentemente sem relação entre si acabam forjando conflitos e situações-limites, expondo as feridas da civilização atual por meio das contradições, virtudes e defeitos das personagens do Homo Pertubatus. O final é surpreendente e trágico. Evidencia que no amor, na fraternidade, na solidariedade e no conhecimento estão as chaves que abrirão as portas de um admirável mundo novo às gerações futuras