O ENGRAXATE E OUTROS SUICIDAS

Culpa de um coração entorpecido, guiado por um passo desesperadamente falso. Algumas coisas até que estavam tomando um rumo certo, mas com este tipo de peça não se pode brincar nem duvidar. A morte não pede passagem e nem avisa carona, rasga feito navalha, cumprindo a missão que lhe foi designada. Pois bem, agora se vê uma sentença mal dada. Tarde demais para barganhar o desfazimento deste desnecessário decisório. Sem sentimentos nem desagrados, levou por mãos faceiras o resto vivente de um homem que tinha como leve pecado um contrabandozinho de bebidas - estava mais para um desagravo besta -, mas que deu para se enamorar de fruto proibido. Hão de pensar que não é de bom tom mexer com este negócio de feitiço. E podem estar certo de que, de verdade, não é mesmo. Muita burrice essa de apostar que somos somente nós os culpados pelas trajetórias nebulosas por onde a vida segue seu curso. Vejam o homem aí e me digam, por favor, se não tenho razão.