POESIA

"Sonho com o dia em que o medo não me atormente", diz, em certo momento, o eu-lírico de Poesia - o grito de resistência. Livro de estreia de Kátia Castañeda, e este poderia ser o verso central de toda obra. De um lado, o sonho por dias melhores, de outro, um medo que continua presente, apesar de todos os esforços por combatê-lo. Mas o sonho, para Castañeda, não é um ato passivo, ao contrário: ela luta para alcançá-lo. E o medo também não é paralisante, apenas um muro, que ela sabe que tem que - e pode - pular. A obra é o caminho fundamental que passa do medo à concretização dos sonhos.