Sinopse
Um vulcão vem antes da linguagem porque se compõe daquilo que escapa para a superfície. Um corpo impensado de pedra, gases quentes e pó, que se projeta a partir do limite destrutivo das placas tectónicas. Diante de um vulcão há uma inversão violenta ao desconhecido e que nenhuma mitologia previu: quando, ao mesmo tempo, céu e inferno parecem ocupar o centro da terra e nenhuma palavra-imagem convém. Assim, Rita Isadora Pessoa, neste seu primeiro livro de poemas, A vida nos vulcões, entre a porrada e um jogo de forças, procura redesenhar imaterialmente a convulsão do desastre geológico no corpo-impensado-que-somos.