COLÉGIO DO VENTO

"40 inquebrantáveis sonetos", no dizer de Nauro Machado. Já nas palavras de Ronaldo Costa Fernandes, José Chagas penetra surdamente no reino do sonho. Somente um ou dois poemas dos 40 apresentados não utiliza a palavra sonho como ponto de partida e chegada”.Esta reedição de O colégio do Vento” (1977) celebrou o 89º aniversário natalício de José Chagas; foi preparada por Jomar Moraes, com prefácio de Nauro Machado, posfácio de Ronaldo Costa Fernandes, e ilustrações de Marlene Barros, edição comemorativa da Academia Maranhense de Letras (AML). O livro conta com 40 poesias do estilo soneto e diversas ilustrações intrínsecas, oníricas e poéticas dos sentimentos elucidados por Chagas ao fazer uma visita simbólica ao passado. É uma busca fantasiosa que permeia saudade, reflexão, aprendizado e esperança. Soneto 6Minhas mãos eram donas de seus calos,tudo o que do trabalho eu recebia, mas eu mantinha o orgulho de ganhá-los,que era melhor que andar de mão vazia,metendo os dedos pelos intervalosda vida, enquanto a vida se fugia,com os seus sonhos e dos dedos sem tocá-los,por não haver nas mãos essa magiaque o labor faz nascer da voz dos galos,quando ela acorda o homem para o dia,e ele quebra os seus sonhos e ao quebrá-losfere os dedos na sua ilusão fria:trabalhar é sentir nos próprios calostoda a razão maior da poesia.