Sinopse
De quem é essa voz que promete confessar verdades sem diferenciá-las das mentiras? Que contraria o corriqueiro, escolhe a via mais complicada, tropeça nos próprios pés? Que, numa página, deseja voar, mas logo adiante quer pisar firme no chão? Que disfarça os medos, ri porque o orgulho não a deixa chorar, mergulha e não volta, prefere as profundezas? Uma voz cujo silêncio fala alto demais; a quem faltam palavras e por isso inventa jogos, cria atritos no texto para poemar o que não pode expressar de outra forma. Uma voz que se incomoda com a mesmice, que se desencontra com o hábito. Que tem consciência deste território péssimo! em que escolhemos estar, porém acredita nele (ainda que, talvez, cometa mais um erro). Viver é inconstante, e o fato de hoje pode ser a farsa de amanhã, depende de quem fala e de quem ouve. Neste livro, a voz que recita acaricia o imaginário, tem estima pelo que não é. E solicita ouvidos descrentes. Verdadeira ou mentirosa, é uma voz honesta. Com versos curtíssimos, pede ao leitor que habite o incerto e se deixe contaminar pela sua poesia. Pois bem, que voz é essa? Da Mariana Teixeira? Minha? Sua? Pode ser a voz da vida, ou a voz da literatura. De verdade, jamais saberemos.