Sinopse
"Ao se construir numa alternativa neodesenvolvimentista ou social-democrata mitigada no país, o PT tornou-se um partido à oposição. Essa metamorfose me fez resgatar uma crença do povo ribeirinho do Rio Amazonas, a lenda do boto cor de rosa. Conta uma lenda, da região Norte do Brasil, que quando uma moça aparece grávida sem ter contraído matrimônio e sem querer revelar quem é o pai, ela conta para família que estava à beira do rio e que fora seduzida pelo boto cor de rosa, que lhe apareceu na forma de um belo rapaz. O PT, em sua trajetória, é uma moça que nasceu carregando uma estrela vermelha, símbolo do compromisso socialista com os explorados pelo capitalismo, mas que ao decidir entrar a qualquer custo no rio do poder - Palácio do Planalto - ficou grávida de trigêmeos: uma aliança conservadora com os setores mais atrasados da política brasileira, o mensalão, e uma gestão social-democrata. Bem, mas se o PT não assume que mudou, fica se escondendo no "me engana que eu gosto", de quem pode ser a culpa pela sua metamorfose? Só pode ser do boto cor de rosa, ou seja, da sedução do poder capitalista que aparece na forma de dinheiro, cargo, distinção e poder."