Sinopse
O insólito começa pelos títulos: quem não gostaria de descobrir corredeiras selvagens, fazer um passeio pelos jardins suspensos da Babilônia em plena Bahia, saber sobre a vingança de uma lagosta boxeadora ou conhecer um decifrador de glagolíticos? Renato Barros de Castro atinge os seus melhores momentos neste livro, tanto em experiência de vida quanto em recursos literários a começar por esta exímia capacidade de condensar o estranhamento em frases breves. A crônica é o gênero que lhe cabe à perfeição. Os textos, embora independentes, constroem no conjunto um volume extremamente coeso, como o caleidoscópio de um explorador que para nós, leitores, transforma-se em luneta de variados alcances, sobre os temas mais sortidos. Nas histórias de Renato, os espaços viram pretextos para a sondagem humana e artística. Sua investigação do mundo é guiada pelo fascínio diante do extraordinário e o humor, sempre presente, é uma condição para a aventura. Não à toa, a influência de outros territórios linguísticos se faz sentir nestas páginas, e a segunda parte do livro se abre explicitamente para diferentes paragens, destinos internacionais e não menos exóticos que os encontrados no Brasil. É o caso de sempre dizer: "Bon voyage!"