Sinopse
Ronis encena a passagem (e os poemas abrangem datas bem distintas, e antigas) da infância à maturidade, experiência que -universal- cabe a cada um decifrar: é o mistério de "menino, rapaz e homem / encontrarem-se unidos e cindidos nesse eu de agora". O eu que assina Travessia tem, no entanto, seu próprio sertão, sua Macondo, sua Pasárgada, e de tal modo e intensidade que esse lugar se incorpora ao nome: se Quixote é da Mancha, Ronis é Vila Verde, real e inventado como todo lugar.A travessia se faz, assim, como no romance-mor de Rosa, em mão dupla: o poeta ganha corpo no corpo do livro, enquanto os leitores vamos também nos redesenhando, a cada poema que passa. Porque o próprio de toda travessia (livro a ler, caminho além) é nos deixar diferentes do que até então éramos, antes de ajustar o "sapato novo" para encararmos -como fez o gauche itabirano- as pedras que nos esperam.