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REVISTA EXU

Myriam Fraga
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Sinopse
Produto de ponta da Fundação Casa de Jorge Amado, a revista Exu iniciou sua trajetória no final de 1987 cercada de grande expectativa de seus editores e do público em geral, que viam na iniciativa uma oportunidade de veicular a literatura, as artes e a cultura baianas, aproveitando o momento especial em que Jorge Amado desfrutava de um prestígio sem precedentes, aclamado como um dos escritores brasileiros mais publicados não só em seu país mas em boa parte do mundo, como atestam as mais de 40 traduções de sua obra.A inauguração da sede da Fundação, ocorrida a 7 de março do mesmo ano, no Largo do Pelourinho, local amplamente referenciado na obra amadiana, ao tempo em que reafirmava o compromisso do autor com a Cidade da Bahia, apontava para a próxima recuperação do sítio reconhecido pela UNESCO como patrimônio da humanidade, dentro de uma proposta de revitalização física que visava a transformar a área em grande complexo turístico cultural, seguindo os modelos de cidades históricas em várias partes do mundo.Nascia então a Fundação Casa de Jorge Amado em um momento privilegiado, quando tudo parecia confluir para uma nova realidade cultural, onde o modelo de integração proposto pela obra de Jorge Amado ganhava o mundo, impulsionado pelas brisas de otimismo que agitavam o chamado Centro Histórico.Dentre os vários projetos então iniciados, a criação de uma publicação de cultura, independente, moderna, aberta a todos os ventos a convivência vinha ao encontro de um dos pressupostos da Instituição, que era o de tornar-se um ponto de criação e disseminação da literatura, tendo como âncora o estudo e a divulgação da obra de Jorge Amado.Surgia assim a revista Exu, que, de saída afirmava o seguinte:[...] A intenção maior, que se concretiza neste número é abrir canais de comunicação estabelecer uma ponte de contato numa teia de referências mútuas. Assim serão publicados autores de todas as partes do mundo em que Exu plantou suas antenas: neste número poeta da França, Cuba e Cabo Verde.No mais: documentação de autores baianos, através de entrevistas, contos, ensaios e poemas de autores brasileiros; registros de artistas do Pelourinho; reportagens; resgates de textos de Jorge Amado não registrados em livro; súmula das atividades da Casa e, abrindo horizontes para as artes plásticas, ilustrações e o encarte de um pôster reproduzindo um trabalho original. [...]Se a idéia a princípio causara apreensão a Jorge Amado , logo se tornou evidente que, em lugar de um ônus para os nossos parcos recursos, a revista teria vida própria e não atrapalharia os demais projetos da Fundação.Três pessoas eram diretamente responsáveis pela publicação: Claudius Portugal, o editor; Humberto Vellame, que cuidava da programação visual; e Eduardo Athayde, ativo captador de recursos, que respondia pela parte comercial.Quando propus que a revista se chamasse Exu, houve um momento de hesitação. O nome era muito forte.... Mas logo se tornou evidente que só poderia ser esse mesmo. Pois não fora Exu o escolhido por Jorge Amado para ser o símbolo da Fundação? Orixá do movimento, da comunicação o senhor dos caminhos, o mensageiro, só ele poderia encurtar as distâncias e abrir as portas às leras e à cultura da Bahia.Assim foram editados 37 números, entre novembro/dezembro de 1987 e julho/setembro de 1997, com uma periodicidade regular, entre três e quatro números anuais. Convidado para ser o primeiro entrevistado, Jorge Amado declinou em favor do poeta Bráulio de Abreu, na época o decano dos poetas da Bahia, integrante da geração da revista Samba e dos chamados poetas da Baixinha, assim designados em razão do local onde se reuniam, ao pé da Ladeira do Pelourinho.Fiel à proposta inicial, a publicação manteve sempre, salvo algumas exceções, a mesma estrutura em todos os números. Assim como manteve, durante muito tempo, o entusiasmo juvenil que fazia com que cada número editado fosse uma aventura.Mas um dia o sonho, como acontece em todos os sonhos, acabou. Esgotou-se O crescimento da Fundação, as atividades que se multiplicavam, o aumento das publicações da Casa de Palavras”, ao lado da difícil e permanente busca de recursos para atender à crescente demanda de serviços, tornaram impossível dar continuidade ao projeto. Para sobreviver, a revista Exu teria que profissionalizar-se, apoiar-se em sistemas de produção mais competitivos e, de adolescente romântica, tornar-se adulta, consciente da responsabilidade que implica o ato de crescer.Não foi fácil desistir do sonho. Nem foi uma decisão conscientemente assumida. Foi uma solução negociada entre o desejo e a impotência. Seria, acreditávamos então, apenas uma pausa; para repensar as possibilidades, refazer as propostas e preparar o retorno. Hoje sabemos que, nesse caso não haveria retorno, porque alguma coisa ficara perdida pelo caminho, certa inocência que nos fazia acreditar que tudo seria possível.Algum dia talvez ainda se possa avaliar, com o distanciamento que a matéria exige, a importância da revista Exu no contexto da vida cultural da Bahia e na trajetória da Fundação Casa de Jorge Amado.Enquanto isso não acontece, na tentativa de resgatar um pouco dessa história, a Fundação Casa de Jorge Amado e a Editora Oiti, graças ao apoio do Fundo de Cultura, através da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia, leva ao público, nesta edição que ora apresentamos, o conjunto das entrevistas publicadas na Exu, por considerar que, desse modo, pela importância dos entrevistados e pela diversificada riqueza dos conteúdos aqui assinalados, estará contribuindo com a memória da Instituição.E como os caminhos continuam abertos, e Exu continua presidindo a encruzilhada dos signos, quem sabe, um dia...

Categoria
Editora Fundacao Casa de Jorge Amado
ISBN-13 9788572781190
ISBN 8572781196
Edição 1 / 2008
Idioma Português
Páginas 207
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