FATÍDICOS (CANTO OESTE)

À libido das noites trevosas, o registro fatídico daquele que escreve por vício. O bon vivant apaixonado – do corpo marcado – entende que nas tempestades do mal amar, quem se debate é afogado. No after das madrugadas – de pele, pelos, poros, cheiros – o sossego de um fim de tarde cura a ressaca que o ressentimento maltrata. Sua escrita verdadeira – jamais derradeira! – é testemunha das noites loucas e versos sujos, rabiscados entre latas de cerveja e cinzas de cigarro que já não cabem no cinzeiro cheio. Letras que transbordam o vazio de um jogo sem blefe: amor, ódio, sexo, tesão, dor, solidão, liberdade, medo. Em meio às emoções abstratas, o tempo se apresenta matéria concreta de corpos presentes, amores presentes, a vida presente, o homem presente. Complexo como um rizoma. Profundo como um pires. Pupila dilatada, moral famigerada. Caro leitor, antes de ir à próxima página, não hesite, abra agora aquela gelada (Carla Teixeira)