SHERLOCK HOLMES E O CASO DO DR. FREUD

Para o Psicólogo, seja ele clínico, escolar ou institucional, este livro será um verdadeiro marco de mudança, um ponto de transição na evolução de suas concepções sobre o trabalho da mente na busca da verdade factual. Entretanto, mais do que isto, este ensaio de Michael Shepherd é uma preciosade para todos aqueles que, independente da área específica em que atuem, se propõem a rever seus paradigmas básicos de pensamento. Correlacionando de forma bastante curiosa Sherlock Holmes e Sigmund Freud a partir do vício básico de ambos, a cocaína, mas também e talvez principalmente pelos métodos lógico-dedutivos praticados por ambos, o autor investe com segurança contra o mito de consciência analítica (utilizando aqui expressao de Maurice Merleau-Ponty) como a ferramenta maior de apreensão da Realidade; introduz assim, como alternativa real de busca e entendimento, o pensamento intuitivo-analógico como recurso básico de trabalho do cientista social e humano. De leitura envolvente mas profunda, 'Sherlock Holmes e o caso do Dr. Freud' é obra fundamental para todos aqueles que praticam diariamente a difícil tarefa de perscrutar a realidade a partir de mínimos indicadores muitas vezes os únicos existentes.