Sinopse
Há, na vida, os que catam dramas, aventuras, sortilégios . E, para sorte da literatura, há os que catam momentos puramente poéticos. É o louvavel caso do consagrado poeta paraense Alberto Cohen.Mais do que buscar estes momentos mágicos, ele os apresenta a nós, seus privilegiados leitores:Só, enfim, como um náufrago sem ilhae como Deus deve ser só no meio das estrelas.Era o só dos sós,inteiro, indivisível, sem paradigmas,o cavaleiro andante da individualidade.Aí viu a sombra...E chorou por repartir a solidão com ela. (Só, pág. 18).Catador de momentos capta, como um flash preciso, os instantes que somente os poetas conseguem perceber e dar vida através de sentimentos e palavras, como em Hologramas, Após o temporal, Cismas, Meandros, O lado escuro da lua, Retirantes, entre outros flagrantes e fragrâncias:Esta cidade grande me devora.Um dia, um pedaço do que eu era,um dia, um pedaço do futuro,um dia, um pedaço dos meus versos. (..... pág xxx)Os reclames do poeta inquieto e atento contemplam a cidade, a multidão, a vida, enfim, neste belo e novo livro de Alberto Cohen:Em meio à multidão que se pertence,apenas um olhar confuso e toloa recolher retalhos de alegria,a rir sobras de risos esquecidas.A própria solidão em demasia. (Os dentes da cidade, pág 94)No mais, é deleitamo-nos com poemas de primeira grandeza.