Sinopse
O supereu é um corolário na teoria freudiana do inconsciente. Se a civilização exige que o ser humano localize sua extração de prazer de maneira atrelada à coordenada cultural, há algo que resta como inadequável ao projeto civilizatório. É errôneo dizer que o supereu é a moral civilizatória internalizada, ou um efeito da civilização. O supereu, dizia Freud, é um resíduo pulsional. É uma força bárbara na luta interna que camufla e ao mesmo tempo exaspera o indizível da morte, bem como das forças que para ela empurram a humanidade.Este livro apresenta um ponto-chave para se pensar o supereu hoje: sua gulodice, ingestão e devoramento que aquilatam o sujeito na supremacia de sua voracidade. De Freud à atualidade, a faceta canibal do supereu apresenta diferentes nuances, o que fica especialmente evidenciado pelo aspecto impulsivo do sujeito contemporâneo.As impulsões às drogas, ao sexo, à compra, à comida, ao jogo etc. são nossa preocupação neste estudo, articuladas ao desmentido da privação, conceituado neste livro. Demonstramos que a noção de Supereu Canibal, aqui também proposta, está de cabeça implicada nessas patologias face à compulsão e à impulsão na subjetividade contemporânea. Fica aqui um convite a este estudo.