Sinopse
Quando foi inaugurado, a 15 de novembro de 1897, o Monumento à República, erguido no centro urbano de Belém, era o primeiro grande conjunto escultório do gênero existente no Brasil. No alto de uma coluna de vinte e dois metros de altura, e bem de acordo com o que desejavam os republicanos paraenses tão próximos às simbologias cívicas francesas, Michele Sansebastiano plantou uma arrojada, armada e decidida Marianne. Com seu barrete frígio à cabeça, seios proeminentes e modelados sob a cota de malha, em postura combativa, com gládio na mão direita, era a representação da República libertária, a simbolização da tríade Liberdade-Revolução-República. O escultor, dessa forma, imprimia o "vigor simbólico" reclamado pelo júri à figura da República, reabilitando Marianne e as insígnias revolucionárias da sua identidade então em processo de exorcização na França da Terceira República.