Sinopse
O mundo está sombrio e sem esperança. As Trevas, forças do mal que por muito tempo alimentaram-se apenas das maldades cometidas pelos homens, se tornaram fortes suficiente para dominar os céus. Agora também tem o poder de sugar a energia contida nas almas das crianças, deixando para trás apenas seus corpos sem vida. A força das Trevas é tanta que não há mais a clara e viva luz do sol, apenas um fraco e mórbido cinza ousa tentar iluminar o mundo. Tudo só fica claro a cada doze meses, quando as Trevas pintam todo o céu de vermelho, a chamada noite vermelha. Segundo os livros antigos, a noite se torna vermelha por causa do sangue das crianças levadas pelas Trevas. Estas, segundo as lendas, reencarnam como duendes que por sua vez são considerados seres inferiores, sem liberdade, sem capacidade de pensar ou falar. Vivem em aldeias, e quando são capturados se tornam escravos. A vida é longa e miserável. As pessoas nascem, em sua grande maioria, em meio à pobreza sem fim. Até o início da adolescência vivem escondidas, pois qualquer descuido ao ar livre ou ambientes minimamente expostos pode torna-las alvos das Trevas. Quando crescem devem tentar entender seu destino e cumprir a sua missão. Apenas o cumprimento de sua missão pode avançar seu envelhecimento, levando-as à morte natural, o mais feliz momento na vida de alguém, uma vez que é a única maneira de chegar até a Terra do Amanhã, um lugar quente e iluminado, livre das Trevas e da maldade dos homens. Algumas pessoas não buscam conhecer sua missão, tampouco cumpri-la. Isso lhes dá tempo e juventude suficiente para espalhar o mal, enriquecer à custa de atitudes desumanas, e desfrutar os louros do mal. Um exemplo são os Mercenários. Homens sem lei e sem honra, seguem seu próprio código de ética, que não é complicado. Seu lema é sem prisioneiros, sem remorso. Vivem do que saqueiam por suas viagens pelo mundo, e também dos gordos pagamentos que recebem para executar tarefas que ninguém mais tem a coragem e a falta de escrúpulos necessária. A única gota de esperança que caminha em meio ao abismo negro que se tornou o mundo é a lenda do Duende Crescido. Sua história habita os livros desde que se tem notícia. O mágico e gigante guerreiro foi, em outra encarnação, uma criança levada pelas trevas. Mas voltou à vida forte e com poderes sobrenaturais. Aparece sempre que algum ser indefeso está em perigo. Anda todo de preto, armado como a noite. O som de suas armas é capaz de matar de susto os mais corajosos guerreiros. O fio de sua espada é conhecido por cortar o ar, emitindo o mais agudo dos assovios. É o único pavor que habita a mente dos sádicos, a única esperança do mundo. Nesta terra sem lei a vida no reino do Vale Sombrio seguia a rotina amaldiçoada imposta à ela desde sempre, até que em uma noite fria e escurecida pelas Trevas surge Suwus, um duende livre que roda o mundo em busca de trabalho e sobrevivência. No bar da Vila Central quatro homens tentam expulsá-lo, e colocá-lo de volta em seu lugar na sociedade. Suwus, já acostumado a lutar pela sua vida surpreende a todos, matando três dos quatro. A façanha leva todos ao acreditar que Suwus é o próprio Duende Crescido, mesmo ele não sendo um gigante. Nas semanas seguintes as forças do destino levam para o reino do Vale Sombrio um exército de Mercenários, que marcham para cumprir um acordo conhecido apenas pelo seu comandante, Baltazar. Com a guerra iminente Suwus pensa em fugir novamente, mas acaba se apaixonando por Surin, uma viúva moradora da Vila Central que o dá trabalho e abrigo. O surpreendente desenrolar desta história muda não só o futuro de Suwus, Surin e Baltazar, mas de todo o mundo.