MORTE E VIDA POSITHIVA
Beto Volpe
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Sinopse
Beto foi infectado no auge da doença no Brasil, na década de 80. Os episódios, como as aventuras na adolescência, a descoberta da doença, a situação de contar à família, a relação com as drogas e amigos, entre outros, são contados com diversos sentimentos -- como paixão, decepção, dor, tesão, felicidade. Sobre a disseminação da notícia, ele escreve: Em menos de uma semana toda a cidade [São Vicente, onde mora até hoje] sabia que o Betinho do Itararé, ou o filho do Geraldo e Aída era um aidético. CREDO!!! Que palavra ridícula! Como é agressiva e como diminui a pessoa, valorizando o mal que ela carrega. Mas, ao mesmo tempo, virei uma espécie de ícone fashion no meu pedaço. Eu era exibido às escondidas como num zoológico humano de Star Treck: - Eu tenho um amigo aidético, você quer conhecer? Ele é tão legal... Coitado.Hoje, aos 55 anos, soma inúmeras visitas ao médico, teve morte óssea em ambas as pernas, dois cânceres, três acidentes cerebrais, entre outros problemas, todos descritos de maneira detalhada, entre uma ou outra casualidade pelo qual passava, o que garante a leveza da leitura. A infecção pelo HIV me proporcionou a oportunidade de reescrever minha história, de mudar meus caminhos, de ser melhor. Se hoje consigo dormir tranquilo é porque o faço com orgulho do dia que tive e das atitudes que tomei. Pode parecer estranho, mas se houver um porteiro no céu e ele perguntar qual a melhor coisa que me aconteceu em vida, não hesitarei em responder que foi ter me infectado com o HIV. Apesar de todas as dificuldades e de todas as perdas, foi o vírus que me tirou da mediocridade em que vivia e deu sentido à minha vida.