Sinopse
A jovem Eliza Morenno retorna à poesia com este belo A Cigarra de papel. Trata-se de uma seleta que traduz a leveza da palavra versificada, algo tão necessário nesses dias duros e pesados.O leitor vai colher neste livro um conjunto de cenas, movimentos e sensações típico de uma dicção que busca um sentido para o desdito. Como está explícito no poema "arame": "há muito quis falar de coisas tortas/dessas que se escondem nas gargantas" Trata-se de um eu-lírico que transcende a subjetividade própria dessa função no engendramento da poesia e parte em busca do outro.Nessa caminhada, Eliza explora o mix da sua jornada poética: "nordeste inca nas ruas da lapa/sangrando tupi-guarani/europa nômade em pele de manhattan".E, à maneira de Cecília Meireles, a poeta anda à procura de espaço para o desenho da vida, não como uma nefelibata, mas ciente das possibilidades líricas.Cigarra que é, há muito que Eliza Morenno canta, declama e interpreta a poesiapara diferentes públicos. E todos agora poderão guardar e partilhar o olhar dessa poeta sobre o mundo: "tenho triste na pele a cor/ mas vou me distrair/com a janela".Henrique Rodrigues, escitor.