Sinopse
O que o leitor tem nas mãos é uma pequena preciosidade: a primeira investigação de fundo acerca da concepção lukacsiana da individualidade.Georg Lukács faleceu em 6 de junho de 1971. Deixou, segundo os melhores testemunhos sobre sua mesa de trabalho, os manuscritos de duas obras fundamentais. A primeira, mais extensa, Para uma ontologia do ser social e a segunda, que se propõe ser uma síntese introdutória da anterior, Prolegômenos para uma ontologia do ser social hoje possível. No total os dois manuscritos, referidos com frequência como a Ontologia de Lukács, somam aproximadamente 2 mil páginas.A sorte, todavia, não foi generosa para com essa obra-prima. Vem à luz no momento em que se inicia o período contrarrevolucionário mais extenso e intenso da história da humanidade. A revolução sai do horizonte histórico com uma intensidade nunca antes conhecida pela humanidade, e o pós-modernismo, já no horizonte, viverá seus quinze anos de fama. Para piorar a situação, os discípulos húngaros de Lukács que compunham a chamada Escola de Budapeste, publicaram um manifesto (que se revelou ser o seu primeiro movimento de abandono do marxismo), conhecido como Carta ao companheiro Lukács, em que afirmavam que os manuscritos ainda desconhecidos do público não passariam de stalinismo elevado à metafísica. Foi assim que foi apresentado ao mundo o último grande esforço intelectual do maior filósofo marxista do século XX.