OS MESTRES DA HUMANIDADE
Karl Jaspers
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Sinopse
Colecção STVDIVM Tradução de Jorge Telles de Menezes O filósofo Karl Jaspers chamou-lhes as figuras determinantes decisivas. Para ele, durante o primeiro milénio antes de Cristo, mais concretamente por volta do século VI - época conhecida como tempo-eixo -, deu-se urna transformação essencial na consciência humana em áreas geográficas distantes e aparentemente sem interferência- índia, China, Pérsia, Grécia e Israel. O homem passou de uma consciência predomi-nantemente cósmica a uma consciência reflexiva, de uma consciência submersa no grupo e na colectividade a uma consciência de identidade individual e pessoal. Foi também nesse quadro que emergiu uma decisiva transformação religiosa, com a necessidade e a procura da salvação pessoal, com o aparecimento das religiões universais e uma mudança na concepção do divino, com três orientações fundamentais- o monismo, o monoteísmo, a exigência crítica racional na sua representação. É dessas correntes que ainda hoje vivemos. Escusado será dizer que, se Jesus aparece inserido neste tempo-eixo, é por causa da sua continuidade com os grandes profetas de Israel, mais ou menos contemporâneos de Confúcio na China, Buda na Índia, Zaratustra no Irão, os pré-socráticos, Sócrates, Platão e os trágicos na Grécia clássica. [...] O leitor português tem agora o privilégio de, guiado pela mão sábia de Karl Jaspers, poder dialogar com cada um deles, pondo-os a eles próprios a dialogar entre si. Um diálogo interminável, tanto mais iluminante quanto a relação com eles não poderá ficar na pura teoria, já que eles são também mestres e modelos para viver e morrer. In Nota de Apresentação de Anselmo Borges NOTA PRÉVIA O primeiro grupo fundamental é constituído por homens que, através da sua existência e essência, determinaram historicamente o ser humano como nenhuns outros o fizeram. Eles estão certificados por uma influência milenar contínua até aos dias de hoje- Sócrates, Buda, Confúcio, Jesus. Seria muito difícil poder nomear um quinto que tivesse a mesma magnitude histórica, algum que ainda hoje nos interpelasse com a mesma elevação. Poder-se-á hesitar em denominá-los, de um modo geral, como filósofos. Mas eles também tiveram para todos os filósofos uma importância extraordinária. Com excepção de Confúcio, nada escreveram. Mas tornaram-se o fundamento de poderosos movimentos de pensamento filosófico. Nós designamo-los como os quatro mestres da humanidade. Eles situam-se adiante e à margem de todos os outros que a opinião corrente denomina como filósofos. Outros homens de elevado gabarito poderão ter tido uma importância equivalente para círculos mais restritos. Mas a distância, no que respeita a uma influência duradoura e abrangente através de milénios, é tão poderosa que o destacar destes quatro faz parte da elucidação da consciência histórica universal. ÍNDICE Nota de Apresentação Nota Prévia SÓCRATES Dados biográficos Desenvolvimento espiritual O diálogo- Orientação para o indivíduo A substância da existência socrática O processo judicial A transfiguração platónica de Sócrates- Sócrates perante a morte. Sócrates em vida História da influência- As escolas socráticas A importância permanecente de Sócrates BUDA Narrativa da vida Doutrina e meditação A doutrina enunciada A indagação pelo novo em Buda História da influência O que significam para nós Buda e o Budismo CONFÚCIO História da vida O pensamento fundamental de Confúcio- salvação do homem através da renovação da Antiguidade O ethos político-moral de Confúcio O saber fundamental A consciência dos limites em Confúcio Sobre a personalidade de Confúcio Confúcio e os seus opositores História da influência JESUS O anúncio A vida de Jesus. A compreensão da personalidade de Jesus A influência de Jesus CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MESTRES DA HUMANIDADE Método da interpretação Por que razão estes quatro? Os pontos em comum e as diferenças dos quatro A nossa relação com os quatro mestres da humanidade