Sinopse
Na obra, Evson enfatiza como questões simbólicas e imaginárias afetam o cotidiano da instituição educacional, demonstrando como a escola pública brasileira, apesar de todas as reformas e toda a luta dos movimentos sociais em favor de mudanças nas relações de gênero e de poder, ainda é um aparelho disposto a manter as devidas distâncias entre pobres e ricos.De acordo com o professor de Sociologia da UFPE, Paulo Henrique Martins, que assina a apresentação do livro, a escola pública brasileira continua a funcionar submetida às regras do poder patriarcal e patrimonial e administrado por um corpo de funcionários que, na prática, termina reproduzindo, mesmo que inconscientemente (
) as distâncias seguras entre povo e elite.Paulo Henrique Martins enfatiza ainda que as críticas teóricas e teses que o autor desenvolve ao longo do texto estão bem à frente do debate atual sobre a democratização da escola pública. Ainda assim continua ele o maior mérito da obra é de ir além dessas abordagens teóricas periféricas sobre a vida escolar do nosso país.O professor também elogia a opção teórica de Evson. "Fica clara a influência do filósofo Cornelius Castoriadis na orientação teórica de Evson Santos. A opção pelo autor da Instituição Imaginária da Sociedade para a análise da cultura doméstico-clientelista brasileira provou ter sido correta. A preocupação de Castoriadis de relacionar permanentemente o simbólico e a realidade histórica, o instituinte e o instituído, o real e o imaginário na crítica da modernidade, revelam um pensamento não apenas poderoso do ponto de vista de sua textura conceitual, mas de suas implicações práticas e militantes. O esforço feito por Castoriadis para refundar um pensamento da prática, resgatando o humanismo de Marx, aparece igualmente", diz.