ARQUIMEDES E OUTRAS HISTÓRIAS

"Todo corpo mergulhado em um fluido, recebe um impulso vertical de baixo para cima igual ao peso do volume do fluido deslocado. Eureka! Estava desvendado o mistério. Mas não é este o assunto que o autor aborda em seu Arquimedes. É algo menos denso. Talvez mais leve e mais deleitável. Podíamos dizer que se trata de Contos e Crônicas de memória, de leitura amena e agradável como se estivéssemos a dançar a Tirana em Vacaria. Aborda conflitos da vida diária. Divaga pelo calçadão de Boa Viagem. Conduz as crianças ao colégio, e, de braços com Chico, comenta a Roda-Viva do regime militar, que teria, acredita, outro significado. Ao espreitar a hospedaria, lembra que tantas vezes as coxas foram confundidas que já nem sabe com que pernas há de seguir. Mesmo assim, sobe a escadinha vermelha e procura a chave do Quarto. E a experiência do mar de Wagner e Corsino? E o que se dirá do Imediato que pretende levantar-se da convalescência antes de conhecer o efeito do medicamento. Ah! Que maldade, Doutor. Esta é a criatividade ficcional, e às vezes, não, do escritor em franca ascendência, Ednaldo Bezerra. Assina colunas nos jornais da cidade. Granjeia prêmios cobiçados dos meios literários. Faz da literatura o pão de cada dia. Comprou essa ideia, e fez um bom negócio; há de se conferir. Não quero falar agora de Beatriz Luberiaga. Uma juventude de esplendor e promessa da qual muito se ouvirá no futuro. Vamos lá, velho marinheiro! Aperte a escota, certifique-se da mareação e aproveite o vento de popa que o favorece neste momento de mar sereno e aplausos sinceros e merecidos."