Sinopse
"Os antigos tiveram uma relação muito intensa com a memória, tão intensa que primeiramente nem precisavam registrá-la materialmente. A tradição oral e as comemorações festivas foram, por muito tempo, suficientes para dar conta do entretecer da cultura. A voz do poeta, que tornava perene os feitos heroicos, imortalizando os belos gestos foi marca indelével da Antiguidade. Não teríamos muito que aprender com os antigos? Com o transcurso do tempo, o memorável, ao invés de ser o mais nobre, passou a ser o mais insignificante momento. A memória na atualidade é eminentemente a do registro do dado, mas um registro que se atropela em seu próprio tropel. Não se trata aqui de demonizar nossa época, mas o contato com os antigos e sua relação com a memória nos propicia a saudável situação de questionarmos a nós mesmos".BOCAYUVA, Izabela (Org.). A memória na Antiguidade. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2015.