Sinopse
O HOMEM DO VIOLÃO AZUL IHomem curvado sobre violão,Como se fosse foice. Dia verde.Disseram: "É azul teu violão,Não tocas as coisas tais como são".E o homem disse: As coisas tais como sãoSe modificam sobre o violão".E eles disseram: "Toca uma cançãoQue esteja além de nós, mas seja nós,No violão azul, toca a cançãoDas coisas justamente como são". IINão sei fechar um mundo bem redondo,Ainda que o remende como sei.Canto heróis de grandes olhos, barbasDe bronze, mas homem jamais cantei.Ainda que o remende como seiE chegue quase ao homem que não cantei.Mas se cantar só quase ao homemNão chega às coisas tais como são, Então que seja só o cantar azulDe um homem que toca violão.O IMPERADOR DO SORVETEChama o enrolador de charutos,O musculoso, e pede que ele bataEm xícaras caseiras cremes lúbricos.Que as raparigas vistam as roupasQue é seu costume usar, e os rapazesTragam flores no jornal do mês passado.Que parecer termine em ser somente.O único imperador é o imperador do sorvete.Pega no armário de pinho,Com os puxadores de vidro quebrados,O lençol que ela bordou com pombasE cobre todo o corpo dela, até o rosto.Se um pé ossudo aparecer, verãoQue fria e dura que ela está.Que fixe a lâmpada seu feixe quente.O único imperador é o imperador do sorvete.