O VENDEDOR DE CHUVA

Muita violência e sede de vingança. O realismo mágico enveredado por Fred Vidal narra a história do vingador chamado Orozino, que é sobrevivente de uma chacina, que por ter sofrido, dedica sua vida a assassinar, atormentar, e torturar os fazedores do seu mal. Na brutalidade sofrida pelo protagonista, sua família foi assassinada por cinco moradores rurais; suas irmãs violentadas antes de terem suas vidas retiradas. Este trauma do personagem o levará a cultivar ódio pelos fazedores de sua tragédia. Os capítulos da história alternavam-se nesta trama de assombração sanguinária, e a história do sofrimento da seca do povo de Taboquinhas. Os moradores de Taboquinhas são descritos como um povo, que de tal maneira assolados pelos males da seca, tornaram-se criaturas taciturnas, que conservam nos olhos, não o brilho do azul do céu, mas sim o negro da estiagem, o que lhes seca as próprias lágrimas. Em meio aos desdobramentos da inóspita terra, este povo é impulsionado a deixar sua vida familiar com toda a história de seu trajeto para trás, e seguir, a procura do sonho de uma vida boa, em terra fecunda. A narrativa de Fred Vidal traz as nuances do povo rural dos sertões, com sua fala diferenciada, singular, com a força de seus mitos, de seus credos, desenvolvidos na potencialidade do realismo, que denuncia a realidade como ela é, focando na perspectiva do que no mundo, ainda não é bom, como forma de denúncia trazedora de reflexões.