Sinopse
Com capa por Ícaro Medeiros de França, Nem uma vez uma voz humana é um livro de nove contos que traz uma estruturação narrativa e uma linguagem em comum. Tratam-se de textos breves, narrados em primeira pessoa, que priorizam o universo mental de suas nove protagonistas, cada uma vivendo alguma situação cotidiana e de sofrimento psíquico. Dentre os temas abordados estão depressão pós-parto, suicídio e violência de gênero. Em orelha, a poeta Anna Apolinário observa "Um mosaico de vozes em experiência-limite. Cada texto aqui é centrado em fluxo da consciência e monólogo interior, revelando a catarse das personagens, todas mulheres. Somos levados para dentro de um redemoinho, o turbilhão de cenas cruas que se repetem: densas, dolorosas, como marteladas em fina superfície. Débora Gil Pantaleão tece uma poética do transtorno, esmiuça o desnorteio humano em discurso íntimo, visceral, sobretudo, belo, incisivo. A violência do sofrimento psíquico esmaga os sentidos da fala, do pensamento, da ação. Nem uma vez uma voz humana, nove vezes um canto gutural, em auge animalesco, faz ecoar uma fome que oscila entre o lúcido e o bárbaro, permeando a insanável brutalidade da vida".