Sinopse
Os textos que compõem 'A estranheza-em-comum' expõem, a partir da leitura de textos filosóficos e literários, problemáticas que articulam responsabilidade, incomensurabilidade e poeticidade como condição do mundo enquanto intotalizável. Neles se pretende que a literatura e as artes, no seu movimento para um impossível antes ou depois de qualquer lei, no seu escapar ao entendimento, são, no entanto, já respostas a um anterior indeterminável, por natureza incompletas ou perdidas. Do mundo-em-comum em que essa perda existe, vem o apelo que desencadeia novas respostas, exercícios da razão e do seu cindir-se que guarda a estranheza inultrapassável, guardando assim a memória através do infinito de interpretações que se constituem e se retiram na duração. Sublinha-se então que, não havendo uma responsabilidade poética directa, concretizável na intervenção em situações, tal não isenta de responsabilidade - só a consideração da exigência poética permite que se pense a política, o social, o conhecimento, a ciência.