Sinopse
Quando conheci Lars Justino, o sujeito tinha pontinhas brancas nos cabelos e uns fiapos quase invisíveis delatando a loucura em sua pobre alma nada sonhadora. De fato, era uma figura bem típica dos covis de malucos e covardes e mais malucos. Porém, não era um covarde, nem maluco (tudo bem, um pouquinho), pouco corajoso, mas bravo igual leão. Não contei a parte mais estranha: era imortal. Lars tinha vivido muitos séculos, andado por muitas terras, conhecido gente mais estranha, e falava todas as línguas, menos inglês. Entre todas as épocas, sua favorita era a Guerra Fria e o inicio dos anos oitenta. Conheci esse sujeito há longos 17 anos, quando eu mesmo não tinha bigodes brancos e não estava cego de um olho. Disse-me estar vivo há exatos 2000 anos, cinco meses, quatro dias, três horas, dois minutos e um segundo. Não acreditei. Você acreditaria? O conheci por puro acaso. Tudo porque um dia, sem mais nem menos, Lars Justino ficou cansado de ser imortal e embarcou em busca da morte. Se está procurando uma narrativa concisa, inteligente, consistente e toda bonitinha, advirto-o: pegue outro livro. Este aqui é recomendado para os mais problemáticos.