Sinopse
[...]Com o golpe cívico-militar de 1964, os intelectuais se travestiram de "dependentistas". Marxistas eruditos complexificaram o conceito de "classe" e preocuparam-se com o estudo da política e do Estado. Fechada a porteira das instâncias executivas do Estado, aboletaram-se nas universidades e em órgãos associativos, de onde podiam, no mesmo movimento, aparelhar, instigar e tutelar a "sociedade civil". O processo de redemocratização sinalizou a liderança dos intelectuais no espaço público. Mas foi só um suspiro.O renascimento da política partidária com a redemocratização, propiciando a revitalização dos políticos profissionais e estimulando a pluralidade ideológica diminuiu e restringiu as margens de ação dos intelectuais, restando-lhes unicamente, a luta corporativa e ideológica.Para Rui Martinho Rodrigues, autor das excelsas linhas seguintes, que destilam lucidez, originalidade e destemor, o intelectual, em suma, é um fariseu (hipócrita), um sepulcro caiado, belo por fora, mas feio por dentro.(Sinopse de Sander Cruz Castelo).