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IL CRIME DO CAMINHO NOVO

Krishnamurti Goes Dos Anjos
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Sinopse
Cid Teixeira Historiador e membro da Academia de Letras da BahiaDos nomes mais antigos, lembro dois: Cardoso de Oliveira e Xavier Marques. Depois em dias mais recentes, a obra de Jorge Amado. Claro que existem, no mesmo tempo em que estes escreveram seus livros, outros nomes para citação. No total, porém, são poucos. Se comparados aos poetas e ensaístas, os que se têm ocupado com o tratamento ficcional da humanidade soteropolitana” são muito poucos.Como que o esplendor do ouro nos altares, da prata lavrada nos lampadários, do cedro retorcido nas colunas, da pedra trabalhada nos portais, ao tempo em que estimulam o louvor da poesia e a pesquisa da história, inibem a locação, em cenários de tais belezas e tais riquezas, de personagens e fatos nascidos da imaginação criadora de ficcionistas.Sobretudo quando o caráter desses personagens nasce a partir de camadas mais humildes da sociedade, camadas tão densas nas suas histórias de vida, e tão capazes de oferecer essas mesmas histórias ao tratamento imaginário dos romancistas.João Cordeiro com A Corja”, Jacinta Passos com Estrada da Liberdade”, Edson Nunes da Silva com Preconceito” fizeram seu trabalho é verdade. E Jorge Amado – sociólogo como convém que seja um romancista que assim merece ser qualificado – fez o resgate e tornou-se o referencial obrigatório. Quanto da vida desta cidade estaria irremediavelmente perdido não fosse o seu imenso trabalho de recolhimento e análise? Quem nos devolveria os saveiristas da rampa do mercado não fosse a figura emblemática de Guma? Como entender um botequim do Julião ou do Beco da Carne Seca sem frequentar a Lanterna dos Afogados”? Como entender o exercício da liderança nas casas de culto afro sem passar pela construção de Pedro Arcanjo – admirável epítome de personagens reais e biografáveis com a imaginação do autor e seu admirável trabalho de recolhimento dos estilhaços de mil outras sugestões ditadas pela convivência?Assim a conjugação de elementos da objetividade documental com a imaginação do autor vai construindo o romance histórico. E, nesse gênero, estão capitulados os grandes nomes da literatura universal.Agora, aqui, um romance histórico ambientado na Cidade do Salvador. Ambientado; esta é a palavra certa para o caso. Ambientado, como convém a um texto desta natureza. De Alexandre Dumas a Balzac; de Dostoiewski a Thomas Mann. O compromisso inalienável é com o clima”; com as dominâncias culturais do tempo versado, com a sincronia, com a paisagem; e suma e repetindo, com a ambiência.Krishnamurti Góes dos Anjos escreveu Il Crime dei Caminho Novo”. Nas três primeiras décadas deste século XX, dois segmentos da sociedade da capital da Bahia buscavam lugar e definições para si mesmos. O grande elan da campanha abolicionista cedia lugar a estruturas gregárias de ex-escravos e seus descendentes imediatos. As associações de profissionais de atividades elementares nasciam aqui e ali. Algumas, como as dos estivadores das alvarengas do porto ganhavam vigência mais forte, não somente exigindo capacidade de negociação com os exportadores, como densidade interna nas disputas de mandos e vigências.Outra faixa muito presente até os anos trinta foi a dos migrantes italianos. Operários e artesões na imensa maioria, estavam encharcados das ideologias conflitantes no sofrido processo de unificação. Aqui e ali repontavam manifestações e conflitos, todos com fortes conotações de pensamento político. Foi assim com o folheto-manifesto de Lourenço Devoto, o crime de Saverio Cariolli, o julgamento do marinheiro Calenducci e tantos outros eventos.E este romance – não é demais repetir – é um romance. Nele não se procure a História e sim o clima em que ela se desenvolveu. E, este propósito (que é o seu e não é outro), Krishnamurti Góes dos Anjos obtém de modo altamente positivo.Publicado também no Jornal Tribuna da Bahia (Salvador-Ba) em 7 de setembro de 1999. Caderno de Cultura.

Categoria
Editora ÒMNIRA
ISBN-13 9788587066060
ISBN 8587066064
Edição 1 / 1999
Idioma Português
Páginas 250
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