VEREDICTO (1 #264)

Um grupo de cem Espíritos havia cumprido o seu tempo de degredo na Terra e preparavam-se para retornar ao seu planeta de origem. Setenta deles preferiram aqui permanecer com a finalidade de trabalhar para a implantação do Reino de Deus neste orbe. Dentre esses, um renasceu no Brasil, no século XIX, com a tarefa de ser um magistrado. O Brasil era recém saído da fase de colônia. Preparava-se para assumir seu próprio comando. Já no início daquele século libertou-se de Portugal e iniciou sua jornada de nação livre em busca dos seus caminhos. Numa capital do interior brasileiro, o Dr. Frederico, depois de se formar em Direito na França, retorna a esta Pátria e inicia seus trabalhos como advogado. Tempos depois recebe o título de Juiz Togado e vai exercer sua magistratura cheia de histórias interessantes, dramáticas e que bem retratam o Brasil daquela época da escravidão negra, dos grandes senhores dos engenhos e dos seus mandos e desmando que aturdiam, alarmavam e compunham verdadeiros diários de lágrimas, trevas e absolutismo feudal, num tempo de independências e onde os clarins anunciavam uma nova ordem social. Nosso Juiz era filho de um rico senhor, possuidor de terras e escravos. Espírito superior, desde cedo demonstrou seu repúdio à forma como eram tratados os escravos naquelas fazendas. Dikan era um deles ao qual Dr. Frederico se afeiçoou desde menino fazendo dele seu grande amigo. VEREDICTO é uma história cheia de nuances onde o romantismo e o avilte aos direitos humanos se alternam conduzindo o leitor a profundas reflexões acerca da vida e da forma como escolhemos vive-la. Abolicionista, aquele Juiz se empenhou em lutar pela extinção daquele regime opressor. Conheceu o Espiritismo em sua nascente e viu nele um grande caminho a ser seguido, uma vez que equipara a todos na condição de irmãos, filhos de Deus. É uma leitura profunda e agradável. Uma história real a nós trazida pelo Espírito Menata. Um olhar atento para os nossos comportamentos e opções do presente.