140 ANOS DA COMUNA DE PARIS

Tivemos durante este ano as comemorações dos 140 anos da Comuna de Paris. Acontecimento de caráter internacionalista, que é saudado por todos aqueles que lutam pela emancipação humana.Sindicatos, universidades, bairros e clubes, em várias partes do mundo e em especial no Brasil, realizaram um conjunto de atividades, debates, apresentação de filmes, encenações artísticas, oficinas e tantas outras manifestações de solidariedade à história dessa grande revolução, com o intuito de retirar da Comuna os ensinamentos que nos façam avançar na interpretação da nossa realidade social, bem como, na construção de uma ação que movimente os trabalhadores. O cimento para pavimentar essa ponte foi curtido numa argamassa de muitas mãos.Hoje, os trabalhadores estão nas ruas. Apresentaram-se nas contradições do norte da África, estão se agigantando nas passeatas das grandes cidades europeias, chegaram ao centro do sistema com as movimentações em Wall Street, nos EUA. Está cada dia mais difícil controlar as mobilizações de dezenas de milhares de jovens e trabalhadores, em Portugal, Espanha, França, Itália, Chile, Inglaterra, Alemanha e África.Essas lutas precisam de uma politização e da movimentação dos trabalhadores para colocar a questão do poder na ordem do dia. A vanguarda precisa estar integrada ao processo em curso e, coesa num sentido de construir uma hegemonia, que coloque o bloco histórico em luta aberta e direta no cenário do confronto de classes.O que precisamos no momento é unir o legado da Comuna de Paris, que há 140 anos fez tremular a bandeira vermelha em defesa da humanidade, com as possibilidades abertas na atual vaga de luta social, para marchar contra o sistema. Mais do que nunca, está vivo entre nós, a frase lapidar de Walter Benjamim, "A revolução é o freio de emergência para combater a barbárie". Precisamos ter em cada lutador social, um comunard a serviço da humanidade. Os trabalhadores encontrarão no seu tempo político, a hora, em que avançaremos para concluir as tarefas que a Comuna de Paris começou.Milton Pinheiro