RENATO ARCHER

Algumas datas históricas fazem de 2006 um ano especial para o setor nuclear brasileiro. Há oitenta anos o Brasil recebeu a visita de madame Marie Curie, a notável cientista que descobriu a radioatividade e foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel – aliás, duas vezes. Há cinquenta anos, poucos meses depois da posse de Juscelino Kubitschek na Presidência da República, foi instituída a primeira Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o setor nuclear brasileiro. Há dez anos morreu Renato Archer, uma personalidade marcante na vida política do país e grande incentivador do desenvolvimento tecnológico nacional, principalmente no setor nuclear. Essas coincidências levaram a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) a escolher o ano de 2006 para lançar o projeto Memória da Energia Nucelar no Brasil. Para participar do projeto, convidamos o engenheiro Guilherme Camargo, ex-presidente da Aben e um dos mais atuantes defensores da causa nucelar. Grande estudioso da história da energia nuclear, ele vem pesquisando o assunto nos últimos doze anos. Realizou um trabalho meticuloso e abrangente, colhendo informações, documentos – alguns inéditos – e o depoimento de personalidades do setor. O resultado está nas páginas deste livro. O escritor leva os leitores a uma viagem pelo universo da energia nuclear, desde os pensamentos filosóficos do século VII a.C., que foram a base de muitas descobertas científicas posteriores, passando pelo desenvolvimento da primeira bomba atômica e os jogos intrigantes entre as potências militares na Segunda Guerra Mundial e no após-guerra, aterrissando nos tempos modernos dos átomos para a paz e das aplicações nucleares em quase todos os campos da atividade humana. O passeio chega até o Brasil, revelando a luta de líderes como o almirante Álvaro Alberto, o ministro Renato Archer e outros que enfrentaram pressões internacionais e internas para atingir o tão almejado domínio da tecnologia nuclear. Tudo isso faz deste livro uma obra única, interessante e indispensável para quem quiser conhecer um lado só agora revelado da energia nuclear.(Edson Kuramoto,Presidente da Aben)