A CRÍTICA À MODERNIDADE EM GIACOMO LEOPARDI

Ao reconhecer a infelicidade como um dado natural indestrutível, Giacomo Leopardi não vislumbraria nenhuma saída diante das contradições históricas da vida social moderna. De nada valeria, no século XIX, certo ideal liberal e progressista de um futuro melhor, ou qualquer projeto ético e político para remover os obstáculos postos pela natureza no processo de vida e convivência civil entre os homens. Daí o ceticismo leopardiano ante a busca de um futuro feliz, e de melhoria do gênero humano, por saber, sobretudo, dos mecanismos internos que regem a natureza humana e a forma de constituição da sociedade moderna. Resta, no seu entender, recuperar as ilusões”, a fim de manter viva a espécie humana e a integralidade das suas faculdades naturais. Leopardi postula uma ultrafilosofia”, pois capaz de contribuir para uma compreensão mais ampla da condição natural dos homens. Tratava-se ainda de manter a resistência ante os danos do mundo moderno.