REALEJO DE BOLSO E OUTRAS LEMBRANÇAS

Imagine, o leitor, um cenário pacato. Depois de imaginar esse cenário, pense em um universo linguístico muito particular. A geografia deste livro vai permitir a você uma viagem: a viagem bucólica da infância. Mais do que isso, vai encontrar aqui o sabor de uma manhã, o calor de um ótimo café, o carinho de uma mãe que nos afaga. Realejo de Bolso e Outras Lembranças é antes de mais nada uma confissão da autora. É o grito que não foi emitido. É a verdade que hoje nos chega do passado. O desfile de personagens nos faz a todo momento querer sentar em um banco ali próximo aos acontecimentos e experimentar o que se passa por ali. Corrinho vai fazer você se perguntar por coisas pequenas, mas não menos importantes, Corrinho será o desconcerto do mundo adulto, mas será também a rebeldia em flor no momento certo. Seu Euves vai mostrar a você um pouco da dureza sagrada cotidiana, além dos sonhos de se preservar por anos relíquias” automotivas, ele será um guardador de sonhos. A mãe deixará transparecer a geografia, é a melhor palavra que nos cabe, do universo feminino, dela teremos traços de uma fidelidade ímpar. O narrador alimentará suas dúvidas sobre aquele universo, mas manterá algumas certezas que para ele são a forma mais acabada das coisas. Realejo de Bolso é um livro-pintura, é um sussurro do passado, é, por fim, um grito da memória.