DESPROPÓSITOS EM QUATRO ATOS

'Descortinar abismos, mergulhar em si, olhar pra fora de dentro do olhar para dentro. Quem (ou o que) sou eu? Quem é o outro? Qual o limite? Tocar o mundo, sorvê-lo embriagando-se de seus excessos, abocanhar vorazmente suas cores e mofos, regurgitá-lo depois, farta de seus sentidos, aceitar os duros vazios de existir. Que bonito é florescer mulher em toda nossa potência e dar à luz (à palavra, ao traço, ao texto). As palavras de Natália nos fazem tatear os (des)gostos, de uma tentativa desesperada (porque, para nós, franco atiradoras, não há outra opção) que é essa das que ousam descobrir as obscenidades do mundo, olhar para seu avesso, sendo e criando, pulsando poesia nas brechas dos muros do patriarcado. Esse livro é um elefante branco brotando no meio da sua sala (amém).'Maria Fernandadramaturga, atriz, diretora e pesquisadora vocal