Sinopse
Adentre a terra e o horizonte um saveiro flutua, pedra celeste, que voa da mão do menino, para nos manter remando por entre os caminhos da utopia. A angústia não é nossa, que sabemos, naufragados no verbo, que o relógio está de ponteiros confusos: a angústia está com os olhos frágeis, que não escutam os mil tapas rebatidos na proa, mãos de jangadeiros, de filhos do mangue. E é ali na bruma pós-moderna, o canto entoa à beira-mar, de azul-anil e assentamento, de rede armada e mãe do mar, o nosso alívio e pulmão e norte. Se os caminhos chegam de mãos vazias nos tempos de hoje, a mão do marinheiro vem com os versos dentro de um espaço que não tira a terra de ninguém, antes devolve. E entre aquele que se pôs a ser visto e aquele que quer ver, há tão somente nua a lira, que sempre reúne os seres de todo espectro, bicho da terra, bicho do mar, mata adentro ou navegar."Naufragar como verbo" é o livro de estreia do jovem poeta paulistano Vitor Resquin.