POROROCA RAVE
Fausto
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Sinopse
Um jovem casal pertencente a uma linhagem de DJs deixa seu apartamentinho no sudeste para se embrenhar na mata amazônica, com um objetivo ambicioso: descobrir o som do Big Bang. Acreditam que numa floresta tão densa possam captar os ruídos da radiação de fundo que a explosão inaugural ainda ecoa. Ou talvez um bom motivo para se enveredar no coração das trevas do inferno verde do submundo amazônico seja apenas uma promissora festança, com o encontro entre rio e oceano a pororoca ao fundo. Ou pode ser, ainda, que a viagem tenha uma razão secreta. Como fugir da polícia, após hackear inúmeros arquivos secretos para usar em mixagens dançantes ou instalações de bienal.Tal e qual um Lewis Carroll atualizado com as idiossincrasias do Brasil contemporâneo, Fausto Fawcett mergulha os personagens de seu novo livro num fluxo alucinante de ciladas. Pororoca Rave embaralha sátira, nonsense e poesia para desvelar uma aventura fantástica pelas excentricidades e novidades da cultura nacional. Ou melhor: pelas combinações inusitadas entre estereótipos urbanos, tradições regionais, globalização tecnológica e dilemas existenciais coletivos. Tudo embalado por um lirismo singular, que ganha forma na linguagem caudalosa de Fawcett, na antropofagia vigorosa que serpenteia entre o encantamento e o horror. Encarando a hipermata como uma imensa aparelhagem a ser tocada, o jovem casal de DJs que se intitula Duo Coletivo Fugitivo Sound encontra muito mais do que sons remotíssimos. Deparam-se com uma tempestade inédita, embarcações touchscreen, canoas equipadas com wi-fi, escatologia ecológica, um ribeirinho que ouve blues num disco de trinta e oito rotações, rastros de canibais, bombons verdes ativadores de perspectivas, contrabando de chips e drives, psicopatas, sereias, construções faraônicas, policiais de faro agudo. Histórias que se encaixam e atordoam como bonecas russas, criando um mosaico de tipos humanos e situações que pulsam num pântano febril e high tech. Pororoca rave é um épico rivermovie, um libreto de ópera funk, um caleidoscópio lisérgico, como define o poeta Chacal, na orelha do livro. Uma prosa exuberante, ultra contemporânea e desvairadamente lírica, que encontra em seu estilo singular uma forma de despertar os sentidos para o groove hipnótico de nossos tempos.