A CASA DE ROSÁRIO #1
Morgana
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Sinopse
Uns versos distorcidos no silêncio do mundo real, enquanto uma cidade de plástico se engole a si mesma, entre balbúrdias e burburinhos. Num paralelo entre o autofágico, construções e experiências desmedidas que se recompõem em realidade e sonho, A Casa de Rosário entranha-se em memórias distorcidas, silêncios recortados, temperos e aromas que se misturam a vozes e a corpos que se lêem entre literatura e sensualidade. Com uma dicção sensível que rompe as barreiras do delirante, a narrativa acompanha as trajetórias incertas de Rosário, que, após dois anos de silêncio, ouve sua própria voz, interpelada pelos objetos de sua casa de 243 anos. A voz de agora, porém, não é a mesma de outrora Rosário deverá aprender outra língua. E o seu retorno embaralha-se às reminiscências de uma família que se extinguiu, a ecos de um passado que não se vê mais a não ser no próprio silêncio e na casa e que ressurgem na figura de Clarice. Entre ânsias e desejos silenciosos, entre gatos e objetos, entre memórias e ausências, entre cheiros e comidas, entre devires, todos os universos paralelos da cidade de Mansueto compõem um diálogo plurivocal, personificado em Rosário e em Clarice. Ecos de um silêncio real e profundo que não se encontra mais em Bugia, a cidade de plástico. É em Mansueto, especificamente, na casa de Rosário, que esta e Clarice engajam-se de forma sutil e sensual em profundas críticas sociológicas à nossa época. O que pode ocorrer quando se está à margem de um universo a que não se tem acesso e que se destrói?