Sinopse
Não é equilíbrio. É desvio! Desvio do equilíbrio! Desvio de um fluxo prévio. Pressentido, imaginado ou dejesado. As inelinações nos contos de Carlos Kiffer representam a própria existência, suas turbulências, espirais, volutas. São os desvios que sempre se formação temporariamente e sempre serão reduzidos à zero, à degradação ou à morte. Assim como as agitações no curso de um rio, que eventualmente se assentam, reecrudescem e evanescem em seu trajeto tortuoso. Sob esta ótica, o que se desvia nos contos de kiffer refere-se à figura de ligação entre ordem e desordem. Talvez, sob uma perspectiva muito particular, os desvios sejam a pré-ordem das coisas... O turbilhão necessário ao universo. A origem da ordem a partir do caos essencial. Ou a subversão desta relação, só possível graças à mediação dos turbilhões, graças à confusão, ao caos, aos desvios. Do equilíbrio. Parece que Kiffer nos diz, com uma ironia apenas pressentia, que só haveria estabilidade ou ordem em um universo onde tudo fosse instável, desordenado, desviado. Mesmo que temporariamente.