Sinopse
Sua obra mais recente é o resultado de quatro anos de pesquisa, em que o autor entrevistou homens homossexuais entre 19 e 30 anos e entre 31 e 54 anos. Eu parti da indagação: os movimentos LGBTs, em 30 anos, impactaram de tal forma as subjetividades, de modo a subsidiar o direito de ser diferente em relação à heteronormatividade?, explica o autor. A resposta encontrada, embora não surpreenda, conduz a uma reflexão importante em tempos de obscurantismo. Apesar de essa pesquisa ter sido feita antes desse retrocesso em que estamos vivendo, o ambiente sempre foi hostil, as religiões sempre foram opressoras e a família, segregadora. Mas há uma questão: sair do armário para o sujeito homossexual é condição sine qua non para o respeito à diferença. Ao contrário dos negros e das mulheres, ninguém tem escrito na testa que é homossexual. Por isso a importância em assumir-se gay, analisa.O autor afirma que o recorte geracional da pesquisa apresentou importantes diferenças entre os entrevistados. A geração mais madura aprendeu a importância de assumir-se. Os mais jovens encontraram um contexto mais favorável, em que o movimento LGBT ganhou força, comenta. Para Mota, a segregação se dá, principalmente, em relação aos indivíduos considerados afeminados. A cultura brasileira não tolera o homem feminino. Por isso, essa associação homem e feminilidade é segregadora. Damos muita importância aos papéis de gênero. Por este motivo, o livro não é apenas para o público gay, mas sim para o sujeito moderno, completa Murilo Mota.