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O povo contra tudo e contra todos. Este livro está para o lado material do povo brasileiro como a Bíblia está para o espiritual do povo judeu. Trata-se da saga, entre os anos de 1822 e 2022, de três revolucionários que descobrem uma conspiração criada em 7 de setembro de 1822. A história remonta ficticiamente ao período em que a familia real de Dom Joao VI se preparava para deixar o Brasil, assim como aos períodos da Regência, Proclamação da República, República Café com Leite, Estado Novo, ditatura e anistia. Passa ainda pelos dias atuais e futuros, criando um desfecho heróico no ano de 2022. O foco é a descoberta de uma sociedade secreta, organizada por Dom Joao VI, com a finalidade de criar uma falsa independência em 1822 e dominar o Brasil por meio de um modelo neocolonialista, também secreto, fazendo o país viver seus 200 anos seguintes acreditando ser um pais livre. Tal conspiração foi considerada pelos três protagonistas um câncer que vinha deixando o país doente, sempre à merce de oportunistas, e a revolução ensejada por eles seria o tratamento da doença. O câncer havia se espalhado pela cultura brasileira, assumindo um disfarce chamado jeitinho brasileiro”, que se apresenta simbolicamente no livro como o contrário da gentileza, visto que a gentileza, parafraseando um grande pensador, é o antônimo do jeitinho brasileiro. Este consiste em se apoderar de pequenas vantagens sem merecê-las, enquanto que a gentileza consiste em se conceder a outrem pequenas vantagens sem devê-las. Num pais carente de explicaçoes, a ficçao pode tomar o papel da história oficial e proporcionar uma explicação mais verossímil quanto ao porque de as coisas no Brasil serem tão recheadas de corrupçao, falsidade e hipocrisia. Um dos protagonistas, um programador de computador, revoltado com o nível a que a corrupção brasileira havia chegado, forma um grupo de estudos, com dois outros jovens, onde expõe sua tese sobre uma revoluçao que parecia impossível. Um dos jovens é Rodrigo, um medico anestesista que apresenta uma história curiosa sobre uma sociedade secreta chamada Avis. Por conta da descoberta desta sociedade, ele resolve abandonar sua promissora carreira para virar agente da Agencia Brasileira de Inteligência, para poder pesquisar, entre outros documentos, manuscritos herdados de um ancestral seu da época da Independência do Brasil. Acaba por descobrir que a tal sociedade vinha operando havia 200 anos, desde que encenaram uma falsa independência, pois na verdade ela nunca existiu: o 7 de setembro de 1822 teria sido apenas o clímax de um plano macabro dos monarcas portugueses para iniciar um esquema de lobbismo que seria usado para seus interesses. E esse esquema segue até os dias atuais, sempre objetivando, como aconteceu na época da abertura dos portos, impedir que o Brasil domine o campo da tecnologia. O terceiro protagonista é um analista de sistemas. Juntos, eles criam o site www.DemocratiaDirecta.com.br, por meio do qual o povo passa a votar diretamente e online suas leis, destituindo progressivamente a democracia representativa, tirando dela o poder, já que estava corrompido – em vez de usar o poder para defender os interesses do Brasil, políticos visavam somente aos próprios interesses ou aos de grupos econômicos corruptores. Agora o poder será do povo. O site, com o aval popular, vai aprovar os Atos Institucionais Populares (AIP), espécie de revanche aos atos institucionais do período da ditadura militar. Como esses atos passam a afetar as elites e as forças armadas, uma guerra civil eh iniciada e culmina com a revolução brasileira, que nunca existiu na historia real. O livro termina com a verdadeira independência do Brasil, em 7 de setem¬bro de 2022, e com o extermínio da sociedade de Avis, representante das forças malignas que mantinham o país refém do capital internacional