Sinopse
Em "A lança de Nzambi", Manuel Casqueiro nos cativa com sua prosa livre, estilo suave, depurado, elegante. Os textos são breves e diferem entre si, porém conservam a mesma riqueza estilística. As narrativas são reconstruções de suas memórias em Luanda. Narrador de si por suas lembranças individuais e coletivas, Casqueiro, grisalho, homem branco cortês, é guineense do bairro Chão de papel e, ainda jovem, se tornou revolucionário armado de coragens e sonhos para validar a cidadania e a liberdade violentamente negadas pelo colonizador português aos africanos. A anulação do ser, maldito recurso psicológico e físico usado pelo dominador manifesta-se em vários textos como Ventos de sangue, Patrãozinho Zenóbio, Assombrosa luz e, principalmente, Sofia Rosa - texto-oração em homenagem ao músico nacionalista angolano brutalmente assassinado.