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IDA - UM ROMANCE

Gertrude Stein , Mauricio Tamboni
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Sinopse
Escrito nos anos finais da década de 1930, quando Gertrude Stein (1874-1946) já era uma celebridade, Ida Um romance, que a PONTOEDITA lança em tradução de Luís Protásio, é um comentário sobre a cultura da fama e o tema da identidade. A edição traz textos de apresentação da cantora Badi Assad e do ator e dramaturgo Luiz Päetow, uma reunião inédita de nove composições de Stein (entre elas as influentes conferências “Como a escrita é escrita” e “O que são obras-primas”), um texto clássico de Sherwood Anderson apresentando a escritora e um posfácio do tradutor comentando a tradução. Publicado em 1941, Ida Um romance combina técnicas de montagem cinematográfica e colagens cubistas numa narrativa com tons de fábula para criar uma personalidade pública tão pública a ponto de não existir mais personalidade. Descrito à época pelo New York Times como “romance curto, poema longo ou conto de fadas moderno; ou, ainda, uma pintura com palavras que lembra mais Dali do que Picasso”, o livro retrata como a religião foi substituída pelo culto às personalidades públicas e mostra as inquietações de Stein diante de sua relação com a literatura, os leitores e a crítica. Inspirada em Wallis Simpson, a figura no centro da crise que levou Eduardo VIII a abdicar do trono do Reino Unido em 1936, Ida, a personagem que dá nome ao romance, assim como a Duquesa de Windsor, encarna o modelo de celebridade - um lugar ocupado, em meados do século XX, por estrelas de cinema, artistas famosos, generais de guerra e psicopatas e, hoje, por influenciadores. Com aspectos de romance de formação e traços autobiográficos, a narrativa acompanha a trajetória de Ida, uma mulher cuja vida consiste em descansar, passear, falar sozinha, mudar-se, ter vários cachorros, ter vários maridos. Em alguns momentos, o texto lembra uma ladainha, uma oração, na medida em que as palavras, esvaziadas do sentido semântico esperado, criam uma escrita não referencial que aproxima a experiência do leitor à experiência da música. Ao comentar o fraseio steiniano na crônica poética em que apresenta o livro, a cantora Badi Assad o descreve como “uma mistura de Guimarães Rosa com Saramago, Manoel de Barros com Forrest Gump, além do russo Daniil Kharms, com suas histórias que viram de ponta cabeça qualquer criança descuidada”. Ao combinar Helena de Troia, Dulcineia, Greta Garbo e a Duquesa de Windsor, como sugere o crítico Donald Sutherland, Gertrude Stein cria uma mulher não definida por sua relação com um homem (em que é a esposa, a amante, a filha), com outra mulher (em que é a amiga, a lésbica) ou com uma instituição (em que é a judia, a americana, a expatriada). Ida é a representação da “mulher do fi m do mundo”, que não se conforma a padrões pré-definidos e luta pelo direito de ser o que ela desejar ser. O que define a identidade de Ida é, para usar uma imagem de Badi Assad, sua relação com o próprio eu distraído diante de tudo isso e da atenção dos outros. A inconformidade de Ida é registrada nos usos que Stein faz da linguagem. A pontuação é reduzida ao mínimo e a vírgula, que desempenha o papel de dois pontos, ponto e vírgula, travessão e aspas, engaja o leitor na construção das frases e dos sentidos das frases e enseja um texto carregado de ambiguidade criadora, como observa Luís Protásio no posfácio da edição. O projeto gráfico criado pela PONTOEDITA considerou esses aspectos para conceber o livro como um objeto que questiona a própria identidade do livro e mimetiza instâncias da fama. Os textos de abertura — a crônica poética da cantora Badi Assad e uma cápsula teatral do ator, diretor e dramaturgo Luiz Päetow, estudioso da obra de Stein — são impressos em uma lâmina que só os revela à medida que é desdobrada, oferecendo uma experiência concreta que prepara o leitor para a aventura no labirinto poético do texto de Stein. O formato, estreito e alto, remete a uma coluna de jornal por onde os acontecimentos da vida de Ida desfilam como um cortejo de notícias, fofocas e lembranças cujo contraponto é uma paleta de cores luminosas. A disposição do texto, alinhado à esquerda, traduz de forma gráfica o fraseio da prosa e embala o padrão rítmico irregular ao mesmo tempo em que remete à sinuosidade do texto poético. A edição inclui também fotografias de Carl Van Vechten e desenhos do multi-artista brasileiro Pedro Monfort, que assina a capa do volume: uma versão totêmica de Basket, o icônico poodle de Stein e Toklas. Ida Um romance é o livro nº. 2 da PONTOEDITA.

Categoria
Editora Ponto Edita
ISBN-13 9786580232017
ISBN 6580232013
Edição 1 / 2019
Idioma Português
Páginas 224
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