Sinopse
se podemos dizer que a poesia nacional recente vai muito bem – obrigado, e principalmente, “obrigada”, devemos igualmente considerar que a poesia de fernanda marra transita entre diversos pontos de divergência e dali retira a sua convergência, sem se ater a uma desconstrução desmedida típica dos tempos presentes. colocada em dois eixos – poesia brasileira contemporânea e poesia produzida por mulheres –, fernanda marra não deixa de representar parte do melhor que se tem, e segue neste seu livro de “estreia” com uma força que vai além de qualquer estereótipo ou lugar de fala a esmo. o volume 16 da coleção cabeça de poeta é mais uma resposta aos que acham que a poesia contemporânea brasileira vai mal, ou que ela se resuma a ser “sisuda e hermética”. não: a poesia de fernanda marra é fluida, água fluída seja de um rio – seja de uma casa d’água. é uma poesia que nos (des)desterra, afinal: “solidão faz a gente ficar coisa / e só”.