Sinopse
Logo no poema que dá título à obra, o canto de Igor Calazans mostra não se moldar ao espaço que lhe é dado. O poeta que diz, quem sabe, um dia, ganhar, como a água, a forma do lugar, parte para sua narrativa de desencontro e dor ante um mundo de dentes afiados e bala perdida, mas que também sabe ser luz, luz que o poeta deseja para ele e certamente para o seu verso, desvelando o quanto somos todos, irmãos de jornada, brilhantes. É a luz que todo e qualquer ser humano carrega desde o seu nascimento. Canta o mestre baiano: "Gente é pra brilhar/ Não pra morrer de fome". No seu desejo de luz o poeta confessa que mesmo "à sombra atilada da vil tarde/ (...) Ser puro entre os egos da maldade/ e ver na vida a imagem dos sinais/ de alegria, tão azada quanto burra". A existência não é um parque de diversões, longe disso; no entanto o poeta entende que é preciso seguir com alguma luz, que possa servir de guia: que seja sempre a luz do poeta a poesia! Que, ao menos essa, não nos falte nunca. Como a água que bebo.