Sinopse
Prezado leitor interessado em conhecer o que é a Maçonaria, este volume foi escrito para elucidar, de forma clara, imparcial e não passional, o mais precisamente possível, sobre o que é a Ordem Maçônica, o que se faz em nossos Templos e Lojas e quais os nossos objetivos.
Foi escrito com o intuito de esclarecer o candidato ao ingresso na Ordem, para que saiba quais os deveres e direitos dos iniciados, visando a que todos aqueles que entrem, não o façam de forma equivocada, trazendo frustração à Loja, à Ordem e a si mesmos.
Tornar-se Maçom não é uma decisão simples e nem deve ser tomada apenas por curiosidade ou impulso emocional. Muitos pensam que é uma Ordem misteriosa e por isto ficam curiosos e querem entrar por esta razão. Não se trata de Ordem secreta, mas sim discreta. Há uma diferença muito grande sobre isto.
Assim como em muitas outras atividades na vida civil, no emprego, ou decisões como, por exemplo, ser um empresário, investir em algo, entre outras, é um passo importante na vida do iniciando, bem como de sua família. Quero lembrar que a Ordem é muito antiga e nada perdura por séculos se não for pelo menos digna de respeito, afinal, não se engana a muitos por longo tempo.
Também devo lembrar que a Maçonaria é feita por homens que, embora selecionados e escolhidos a dedo e estejam tentando se aperfeiçoar como seres humanos, também cometem erros e são imperfeitos como todos.
O objetivo é justamente ajudar a humanidade a evoluir, não com pregação de nossos princípios ou qualquer outro meio que não seja o do aperfeiçoamento moral pessoal, colocar na vida prática os ensinamentos que não são dogmáticos, e pelo exemplo, influenciar os que o cercam, formando uma reação do bem em cadeia.
Ser Maçom também quer dizer assumir responsabilidades para consigo mesmo e para com a sociedade que nos cerca. O benefício, para quem se dedica de coração e mente aberta, que estuda e aplica nossos princípios, é incomensurável. Não me refiro a vantagens materiais, pois este não é o objetivo da Ordem e acreditem, não haverá nenhum ganho financeiro. Pelo contrário, quem mantém a Instituição (que não tem fins lucrativos) são os
próprios membros. Desta forma, como tudo que se faz em sociedade, paga-se aluguel, luz, água e todas as despesas provenientes do uso. E quem paga esta conta senão seus membros?
Também não se trata de uma sociedade de ajuda mútua. E para aqueles que esperam amparo em sua vida particular, certamente se decepcionarão muito. Existe o tipo certo de auxílio e de acordo com a justa necessidade, que explanaremos adiante.
Não é porque o candidato seja uma pessoa de bem, honesta e de bons princípios que será um sucesso na Ordem ou em sua vida.
É preciso ser uma pessoa que, além de qualidades e firmeza de caráter, adapte-se à forma de trabalho e aprendizado no formato e metodologia que a Maçonaria provê, pois nada do que se faz na Ordem é impensado ou não planejado. Urge que seja alguém que saiba questionar, criticar construtivamente e consiga receber as mesmas críticas construtivas sem melindres. Que consiga ser capaz de uma disciplina de caráter, que possa esperar sua hora de falar, e fazê-lo com respeito e educação. Que saiba discutir assuntos polêmicos respeitando a opinião do outro, mesmo que
contrária à sua, com mente aberta e disposta ou a mudar sua opinião ou a reafirmá-la. Não é uma tarefa fácil. É entre outras coisas, um exercício de cidadania muito grande. Também há que se respeitar uma hierarquia. Vejam que falamos em respeitar, isto não implica em obediência cega. A maçonaria ensina seus membros a serem questionadores, livres pensadores e investigadores da verdade, sempre aprendendo com os acertos e erros nossos e dos outros; sempre aprendendo que enriqueceremos nossas experiências e teremos uma visão mais ampla se soubermos
perceber a riqueza que existe em outras formas de pensar e agir.
A escolha e o convite é uma responsabilidade imensa do “padrinho”, ou seja, da pessoa que o convidou. O importante é pesar sua decisão de entrar na Ordem com sabedoria e lembrando que se você não tem tempo para frequentar as reuniões com no mínimo 75% de comparecimento, não entre. Se você não gosta de estudar, ler e pesquisar, não entre. Se você tem dificuldades com questionamento de suas opiniões, não entre. Se você se
melindra com facilidade, não entre. Se você tem dificuldades em aceitar opiniões (não palpites) de outros, refletir sobre elas e ser flexível, não entre. Se você tem dificuldades em reconhecer as famílias como extensões da sua casa, não entre. Se sua esposa ou companheira não concorda com seu ingresso, você não será aceito mesmo que queira. Se você pensa que vai adquirir riqueza ou poder, não entre. Se não quiser assumir compromissos consigo mesmo e com a sociedade ou aceitar cargos e responsabilidades, não entre. Enfim, poderia citar muitos motivos para você não entrar e isto não significa que não queremos aceitá-lo; mas que desejamos fazer o que é certo para nós e para você, candidato.