UM CAPRICHO DA NATUREZA

Um capricho da natureza, de Mark Slouka, apresenta a saga dos irmãos que deram origem ao termo “gêmeos siameses”. A história começa com nascimento de Chang e Eng, em 1811, segue por suas viagens pelo mundo e, sobretudo, mostra a força de laços muitas vezes invisíveis. A narrativa tecida pelo escritor norte-americano realça as muitas contradições da natureza humana: injustiças e traições se misturam ao amor e à amizade. Quando viram os gêmeos recém-nascidos, as parteiras da aldeia às margens do rio Mekong, no antigo Sião fugiram como se foge de uma maldição. Uma estreita ponte de pele na altura do peito unia os bebês. A notícia desta anomalia chega ao rei Rama II, que, temendo ser um prenúncio do fim do mundo, ordena que sejam separados ou mortos. Salvos pela mãe, compartilham uma infância tranquila, brutalmente devassada pela chegada de uma epidemia. Órfãos de pai, os meninos duplos assumem o sustento da família e são enviados pelo novo rei, Rama III, em uma missão diplomática como uma maravilha de sua terra. Eles prosperam, mas são vítimas de um mercador oportunista, que passa a explorá-los como aberrações. Assim começa a jornada dos irmãos pela Europa. Lá eles são exibidos nos mais importantes salões da aristocracia do Velho Continente. Com o fim da curiosidade do público, eles chegam a enfrentar a miséria nas ruas de Londres, mas encontram a felicidade na Terra das Oportunidades, os Estados Unidos da América.